sábado, 19 de outubro de 2019

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Querido diário, ou a cqtpariu,

Desde o último dia em que te confessei alguma coisa e hoje, mais coisas se passaram. Mas fiquei de contar o resto de um dia que tinha sido especialmente coiso. E é assim que volto ao momento em que entrei numa sala que o meu aluno Gorbatchev (que muito mais tempo se passou desde a última vez em que eu o referi e não quero que ele passe, entretanto, nem para Ieltsin nem para o Golum) abriu a porta, depois de eu ter pousado as coisas sobre a mesa do corredor junto à sala de Ciências. Pois, entrei. Os alunos entraram. Eu entrei na plataforma 1, 2 e 3 antes de começar a aula (se não, não consigo dar a aula - às vezes vou mais cedo, e os alunos entram quando estou para entrar na plataforma 2, antes de ser transmutado em chumbo e antes da obra ao negro - peço desculpa se sois ignorantes a respeito de alquimia, mas também tenho de falar com os iniciados) e comecei a aula. Falámos brevemente de coisas sérias, longamente de coisas fúteis e especificamente de coisas irrelevantes (e é dessa mistura que sai o amor, não é daquelas tretas de não-sei-quantos gramas de carinho, sinceridade e o crl, o amor é coisa séria e, por isso só há uma forma de o cozinhar: cru. Quem gosta gosta e se não gosta procure outro restaurante. Supostamente é de graça, por isso não reclamem). E depois desses preliminares quis pegar no telemóvel, celular para os brasileiros. E o telemóvel, relembro, é-me necessário para dar a aula. A este respeito, lembro que alguém se queixou numa coisa-muito-importante-que-ninguém-sabe-que-existe, que eu, professor de matemática, dava aulas com o telemóvel, e houve alguém, a quem estou muito grato, que deu uma desanca nessa pessoa. Supostamente, essa pessoa, que não sei quem é - a pessoa que me desancou por ser tão mau profissional que até utiliza um objeto pessoal mais íntimo e revelador que as cuecas para dar aulas - e cuja identidade não me dei ao trabalho de averiguar, porque a constituição dessa coisa importante-que-ninguém-sabe-o-que-é é pública e está na Internet, ficou sem palavras. Mas eu não estava lá, nem sei quem era a pessoa, que até pode estar a ler-me, o que eu duvido, já que contabilizo, com alguma certeza, que tenho cerca de sete leitores - parabéns se chegou aqui, está no meu coração, ou nos antípodas, porque acredito que duas ou três pessoas apenas estão a ler isto para me fdr a seguir, e não é no bom sentido). E por isso não falo mais sobre o assunto, a não ser que haja desenvolvimentos. E, entretanto, peço desculpa. Não avancei muito na história, mas agora tenho mais que fazer. Boa tarde. Ou noite, ou o crl. 

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