sábado, 28 de março de 2015

Nerium oleandrum

Vi almas penadas a voar
e lanças espetadas nas estrelas
Em grupos de três, a sangrar...
Vi pétalas de lividez
Em grupos de cinco, a gangrenar...
Vi nos sonhos de quem morre
Aquilo que a vida enterra.
Vi as hastes vegetais irrompendo da terra parindo
Aloendros brancos
Símbolos eróticos da seiva
Da noite
E da morte.
Ouvi o sussuro da calmaria
E os passos de quem colheu o silêncio branco
Das flores que oferecem o doce odor do sono eterno.
Ouvi o sussurro da calmaria
E na vida que irrompe da terra parindo
Cheirei
Os alandros brancos
Brancos loendros
Aloendros brancos
Oleandros
Em grupos de três
Almas penadas a voar
Colhidas e escondidas na cabeceira de quem não quer acordar.

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